Lá fora, o
galo canta e a passarada desperta enquanto a aurora desponta no lombo da
coxilha, onde um quero-quero sentinela saúda o nascer do dia.
Aqui dentro, a
chaleira chia pra aquentar o mate e a vida enquanto o violão dedilha velhas
milongas, onde a alma canta seus amargos...
Lá fora, a
bicharada pede bóia e se achega ao rancho enquanto num capão de mato as
jacutingas e os pombões compõem uma canção matinal, onde as árvores nativas
dançam ao sabor do vento.
Aqui dentro, a
rádio toca um clássico da Califórnia
enquanto a erva lavada traz um gosto de saudade, onde aquela china bonita ainda
cativa um coração de cimento...
Quem tem o Rio
Grande em seus adentros, não precisa sê-lo lá fora.
Lá fora, a
lida de bota e bombacha.
Aqui dentro,
uma homenagem.
(Danilo Kuhn)
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