Não falem mal
da chuva mansa!
Há pessoas feitas
de sol, que brilham intensamente, irradiam energia, luz, calor. São tão
intensas, mas tão intensas, que por vezes queimam as flores delicadas, a relva
jovem, as poças rasas.
Há pessoas
feitas de lua, de olhar noturno e sedutor, e falam palavras de prata. São muito
envolventes, e por este motivo, se envolvem sempre e superficialmente, abraçam
sombras.
Há pessoas
feitas de bruma, envoltas em mistério, que embaçam a vista, interessantes a
perder-se de vista. Vaporosas, são fugidias. Escapam por entre os dedos. Não se
deixam prender.
Há pessoas
feitas de tempestade, impossíveis de se desaperceber, que têm olhos de raio,
voz de trovão. De tão fortes que desejam ser, deixam à mostra sua maior
fraqueza: a solidão.
Mas há também pessoas
de chuva mansa. Pacientes, persistentes, perseverantes. Estas sim, bem regam do
mais delicado jardim à mais sedenta lavoura, são equilíbrio entre luz e sombra,
som e silêncio, calma e pressa, acariciam as plantas, se prendem às verdes
folhas, abastecem rios sem desbarrancá-los, congregam céu e terra de maneira
salutar.
Quem é chuva mansa, chove sabiamente.
Não falem mal da chuva mansa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário