O semeador
traz em sua alma uma porção de sementes.
Algumas,
planta com o olhar, ao fitar a mãe em seu seio, ao encantar-se com a beleza das
flores, ao fazer amor fazer sentido à primeira vista.
Outras, planta
com as próprias mãos, ao ofertar trabalho e dedicação ao mundo, ao guiar uma
criança ou uma velhinha, um aceno, um aperto de mão.
Traz sementes
nos abraços, nos sorrisos, nos carinhos, nos beijos, nas palavras doces, nos
poemas, nas canções.
Há também quem
semeie a discórdia, o desamor, a ilusão, a mentira, a inveja, a blasfêmia, a
intriga, mas cada semente gera uma planta e, mais adiante, colhe-se seus
frutos, inescapavelmente.
O semeador
semeia-se a si mesmo, mesmo que algumas sementes caiam entre espinhos, ou sobre
as pedras.
A vida é terra
fértil, mas é preciso semear...