quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Blecaute


Eu tinha luz nos olhos...
Um dia, uma sombra se instalou...
A nuvem escura vinha do horizonte de minha alma, imponente. Era feita de erros do passado, remorsos, arrependimentos, amarguras, perdas e derrotas. Um vento forte e morno a anunciou, e em seguida a voz grave e rouca de um trovão estremeceu-me dos pés à cabeça. Raios e faíscas ofuscaram-me a vista, e arrepiaram-me os pelos. Então, a tempestade mostrou-me toda sua força, primeiro com uma chuva de pedras, que eram feitas de palavras pontiagudas que proferi injustamente. Depois, uma chuva de lágrimas que causei inundou-me o ser e afogou-me em desgosto...
Eu tinha luz nos olhos...
Um dia, uma sombra se instalou...
Toda luz se foi. Eu fui em busca de velas chamadas perdão, de lanternas chamadas humildade. Mas já era tarde demais...
Eu tinha luz nos olhos...
Um dia, uma sombra se instalou...
E eu fiquei na escuridão... Blecaute!

(Danilo Kuhn)


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