sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Crônica do semeador


O semeador traz em sua alma uma porção de sementes.
Algumas, planta com o olhar, ao fitar a mãe em seu seio, ao encantar-se com a beleza das flores, ao fazer amor fazer sentido à primeira vista.
Outras, planta com as próprias mãos, ao ofertar trabalho e dedicação ao mundo, ao guiar uma criança ou uma velhinha, um aceno, um aperto de mão.
Traz sementes nos abraços, nos sorrisos, nos carinhos, nos beijos, nas palavras doces, nos poemas, nas canções.
Há também quem semeie a discórdia, o desamor, a ilusão, a mentira, a inveja, a blasfêmia, a intriga, mas cada semente gera uma planta e, mais adiante, colhe-se seus frutos, inescapavelmente.
O semeador semeia-se a si mesmo, mesmo que algumas sementes caiam entre espinhos, ou sobre as pedras.
A vida é terra fértil, mas é preciso semear...


(Danilo Kuhn)


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