quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Diário de um pomerano


Acordo cedo para recepcionar meu companheiro de jornada, o qual me saúda do horizonte com um aceno de aurora.
O aroma e o sabor do café da manhã despertam a casa.
Rumo à lavoura ouvindo a rádio do interior, feita de cantos de pássaros, da canção do vento, dos matos e dos riachos, das vozes das crianças, dos animais da criação e do percutir da enxada na terra.
Quanto mais árduo o trabalho, mais forte é a alma.
Retornando ao lar, o amor tornado visível: minha esposa se reflete na mesa posta, na casa limpa, nos bichos bem tratados, no olhar doce dos filhos.
Em casa, falamos em pomerano, nossa língua. Sua escrita se perdeu entre guerras e provações do passado. Por isso, prezo falar. Quanto mais falamos, mais nos tornamos o que somos.
As mãos rudes não impedem de falar por entre as flores:
- Ik dáu dot bláuma futéla!

(Danilo Kuhn)





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