quinta-feira, 2 de maio de 2013

Vento, água, areia e pedra


Vento que sopra em livre-arbítrio, às vezes brisa mansa, às vezes vendaval, trazendo consigo sonhos migrantes de além-mar, velas içadas, peito aberto, balé das árvores e das ondas, o voo das aves, bater de asas.
Água que em espelho-d’água reflete céu e sol e arrebol, que serpenteia matas, lava e refresca a alma, sacia a sede, ondeia ao vento, e que revida a ação nociva do homem com a fúria da natureza em enxurrada.
Areia do tempo que escorre feito água por entre os dedos, que é o trabalho do tempo nos transformando em pó, que é cada um de nós, um grão de areia ao sabor do vento e à mercê do tempo.
Pedra austera e paciente, que a tudo observa e de tudo sabe, viu séculos e séculos de história e conhecimento, ao tempo não esmorece, mas aceita os beijos do vento e da água, até aos poucos também se transformar em areia.
Vento, água, areia e pedra nos acenam à beira da praia, perfeito equilíbrio entre liberdade, fluidez, humildade, e solidez. Olhemos para a praia, e aprendamos com ela.

(Danilo Kuhn)


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