Repontando cardumes nas águas fundas da vida, o
pescador prepara seus anzóis de luz. O peixe de cada dia, o sustento. É preciso
ter tino para não perder o norte, habilidade pra guiar o barco, e fé para
vencer tempestade e mar revolto.
Repontando o gado, do lombo do cavalo o campeiro
bombeia o horizonte como quem recorre a vida, de campos largos e mato fechado, de
sangas mansas e rios traiçoeiros. Há de ter manhas de vaqueano para manter o
trote, destreza no braço para o rodeio do amor, e coragem para bancar a sorte na
gineteada da vida.
Repontando a rotina e o corre-corre da cidade, entre
árvores de pedra e flores de cimento, trilhas de asfalto e um mar de gente, o
trabalhador junta dias de serviço para aproveitar o fim-de-semana, luta contra
o tempo, mas tem pressa de viver. É necessário equilíbrio entre trabalho e
lazer, iniciativa e paciência, realidade e sonho.
Repontando os próprios sonhos, o homem forja a si
mesmo.
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